Globetrotter by Harold Emert

Qualquer pessoa que já tenha passado algum tempo no Brasil concordará com este observador que há certas coincidências no ar que só ocorrem nesta parte do mundo.

A Rio Convention Week está repleta de eventos e com mais visitantes do que se poderia imaginar, mas de alguma forma este observador conseguiu participar daqueles que de alguma forma se encaixam no meu passado e presente.

Como assinante do jornal O Estado de São Paulo — que alguns comparam ao NYTimes do Brasil — respeito o conceituado jornal por sua publicação semanal das colunas do filósofo Leandro Karnal, mas geralmente evito lê-lo porque, francamente, ele exige mais paciência e contemplação do que uma coluna de jornal comum.

Junto com Marcelo Gleiser, 56, físico e astrônomo brasileiro, Karnal, 62, hipnotizou um auditório lotado com reflexões sobre nossa época que realmente fazem sentido.

Karnal compara a era ultraconservadora de Trump às caças às bruxas do passado, queimando na fogueira religiões indesejáveis e intelectuais que incomodavam os líderes fascistas.

Esperamos que isso passe, concordaram os dois palestrantes.

É claro que a discussão foi muito mais além, mas este leitor não assíduo das colunas de Karnal agora começará a prestar atenção ao que este importante fosforo diz e escreve.

Voltamos ao auditório mais intimista da imprensa, que também estava lotado, mas um pouco mais confortável do que a arena superlotada onde Karnal-Gleiser falaram.

Um painel de discussão sobre os perigos dos direitos autorais à medida que a Inteligência Artificial avança foi realmente apropriado.

Este observador imediatamente se lembrou de um comercial de TV local em que a amada cantora brasileira Elis Regina, já falecida, foi trazida de volta à vida dirigindo um carro ao lado de sua filha Maria Rita, também cantora pop. Tudo pelo amor ao dinheiro, mas pela profanação de um mito.

As leis futuras começarão a tentar lidar com os perigos que a “IA” trará ao mundo, de acordo com o painel.

Por fim, e o mais surpreendente para o observador foi a aparição da estimada coreógrafa brasileira Deborah Colker para discutir sua carreira, que começou no Rio com sua academia de dança e ascendeu à sua própria companhia de dança de renome internacional.

“Minha determinação — sou teimosa — resultou em meu sucesso”, enfatizou a sempre enérgica Deborah, ao incluir sua recente experiência como coreógrafa de uma ópera na Metropolitan Opera House, baseada na trágica morte do poeta espanhol Garcia Lorca, assassinado pelo regime fascista de Franco.

Por coincidência, este observador estava no alto da varanda da Metropolitan Opera, na minha cidade natal, Nova York, em outubro passado, para testemunhar o que acredito ter sido a melhor parte da ópera “Ainadamar”, do compositor argentino Osvaldo Golijov, que tinha mais dança do que canto.

A melhor parte? A coreografia comovente de DEBORAH COLKER!

Espere um minuto… deixe-me participar!

Então, peguei o microfone de Deborah para revelar minha experiência na ópera, acrescentando que acredito que temos óperas melhores no Brasil, que Deborah Colher — se o Sr. Trump permitir — deveria coreografar no Met.

Não há coincidências no Brasil!

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Lucas Melo DIas

Adorei conhecer seu blog, tem muito artigos bem interessantes. web whats

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